Sarampo

O que é sarampo?

É uma doença viral, aguda (sintomas aparecem de forma súbita e somem em geral em 7 dias), facilmente transmissível e potencialmente grave. Pode afetar pessoas de todas as idades, porém crianças menores de 1 ano são as mais susceptíveis e podem evoluir para quadros graves.

 

Por que o Brasil está com surto de sarampo?

Após surto de sarampo em 2015, nosso país recebeu certificado da Organização Pan-Americana da Saúde de eliminação da circulação do vírus.

No entanto, este ano, brasileiros não vacinadas entraram em contato com pessoas infectadas na Venezuela e assim, um novo surto iniciou-se.

Sintomas do Sarampo

O quadro inicia com febre alta (acima de 38,5 graus), olhos vermelhos (conjuntivite), coriza, tosse e dor de cabeça.

Após 2 a 4 dias do início dos sintomas, aparecem manchas rosadas na pele. Elas surgem primeiro atrás das orelhas e face e vão se disseminando para o restante do corpo.

Estes sintomas duram em torno de 7 dias, quando a febre vão diminuindo até desaparecer e as manchas rosas vão se tornando escuras e adquirem um aspecto de descamação (semelhante a farinha ou areia).

Complicações Graves do Sarampo

O sarampo é uma doença que baixa a resistência e a imunidade do hospedeiro. Assim, durante o quadro agudo da doença, a pessoa está susceptível a pegar outras infecções bacterianas ou até mesmo por outros vírus. Assim, as principais complicações são infecções secundárias, como otite, diarréia e pneumonia

Ainda, em alguns casos o vírus do sarampo dissemina-se pelo corpo causando infecção em diversos órgãos, inclusive no cérebro (encefalite).

 

Como o sarampo é transmitido?

A transmissão do sarampo ocorre de forma direta (de uma pessoa para outra), através de secreções expelidas na fala, tosse e espirros. A pessoa começa a transmitir o vírus em torno de 4 a 6 dias antes do início das manchas no corpo.

 

Prevenção

A única forma eficaz de prevenção é a VACINAÇÃO!

A vacina do sarampo é de vírus vivo atenuado e está disponível em duas formas:

  • Tríplice viral (SCR): contra sarampo, caxumba e rubéola
  • Tetra viral (SCR-V): contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora)

Qual o esquema de vacinação recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Brasileira de Imunização?

Para ser considerado protegido, todos têm que ter recebido 2 doses da vacina na vida, com intervalo mínimo de 1 mês a partir dos 12 meses de vida.

  • Crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral).
  • Crianças, adolescentes e adultos que não tomaram vacina ou não tem comprovação: duas doses da vacina com intervalo de 1 a 2 meses

O Programa Nacional de Imunizações fornece gratuitamente a vacina da seguinte forma:

A primeira dose desta vacina é aplicada aos 12 meses de idade, e a segunda dose aos 15 meses (quando é utilizada a vacina combinada à vacina varicela [tetraviral: SCR-V]). Também podem se vacinar gratuitamente indivídos até 29 anos (duas doses, com intervalo mínimo de 30 dias) e indivíduos entre 30 e 49 anos (uma dose).

E quem já teve sarampo? Precisa vacinar?

Indivíduos com história pregressa de sarampo são considerados imunizados contra as doenças, mas é preciso certeza do diagnóstico. Na dúvida, recomenda-se a vacinação.

Não devem receber a vacina:

  • Gestantes
  • Pessoas usando medicamentos imunossupressores ou com imunodeficiência primárias devem consultar o seu especialista
  • Casos suspeitos de sarampo
  • Bebês menores de 6 meses

Quem tem alergia a ovo pode vacinar?

Sim! A vacina tem quantidade mínima de ovo, e assim, mesmo quem tem alergias graves têm risco mínimo de reação anáfilatica.

Onde a vacina pode ser encontrada?

  • Nas Unidades Básicas de Saúde, duas doses para pessoas de 12 meses a 29 anos. Uma dose para adultos entre 30 e 49 anos. Eventualmente, em caso de surtos, o Ministério da Saúde (MS) pode realizar campanhas de vacinação para crianças a partir de 6 meses de vida. Esta dose “extra” não substitui as duas doses recomendadas no esquema de vacinação.
  • Nas clínicas privadas, está disponível para a vacinação de crianças a partir de 12 meses, adolescentes e adultos de qualquer idade.
  • Do dia 6 a 31 de agosto, o Ministério da Saúde realizará a Campanha de Vacinação contra Poliomielite e Sarampo. Não deixe de atualizar a sua carteira de vacina e da sua família!

 

Tratamento

Não existe medicação específica contra o sarampo.

Em crianças, é possível realizar vitamina A para diminuir o risco de complicações graves.

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Imunização / Ministério da Saúde

 

 

 

 

 

Febre Amarela

A febre amarela é uma doença hemorrágica viral aguda grave transmitida por mosquitos infectados. Uma pequena porcentagem de doentes que contraem o vírus apresentam sintomas graves e cerca de metade destes podem evoluir a óbito no prazo de 7 a 10 dias.

Como é transmitido?

A doença apresenta dois ciclos de transmissão epidemiologicamente distintos: silvestre e urbano.

Ciclo Silvestre

No ciclo silvestre da febre amarela, os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.

A forma silvestre é endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas. Em geral, apresenta-se sob a forma de surtos com intervalos irregulares, sem ciclicidade definida.

Ciclo Urbano

No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados.

No Brasil

Foram definidas duas áreas:

  1. Área com recomendação da vacina, correspondendo àquelas áreas onde se reconhece o risco de transmissão;
  2. Área sem recomendação de vacina, correspondendo às “áreas indenes”, sem evidência de circulação viral.

Não é possível que uma pessoa infectada transmita diretamente o vírus para outra.

febreamarela1

Fatores de risco para desenvolver a doença

Esta doença acomete com maior frequência o sexo masculino e a faixa etária acima dos 15 anos, em função da maior exposição profissional, relacionada à penetração em zonas silvestres da área endêmica.

Outro grupo de risco são pessoas não vacinadas que residem próximas aos ambientes silvestres, onde circula o vírus, além de turistas e migrantes que adentram estes ambientes sem estar devidamente imunizados. A maior frequência da doença ocorre nos meses de dezembro a maio, período com maior índice de chuva, quando a reprodução do mosquito é elevada, coincidindo com a época de maior atividade agrícola.

Sintomas

Uma vez contraído, o vírus da febre amarela mantém-se em incubação no corpo durante 3 a 6 dias. Muitas pessoas não apresentam sintomas, mas quando estes ocorrem, os mais comuns são:

  • Febre alta
  • Náuseas
  • Vômito
  • Fadiga
  • Dores musculares
  • Dores de cabeça

Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem após 3 ou 4 dias, evoluindo com melhora total dos sintomas e adquirindo imunidade (proteção) permanente contra a febre amarela.

No entanto, em torno de 10 a 20% das pessoas que contraírem o vírus podem evoluir para uma forma mais tóxica, após uma breve (24 a 48 horas) recuperação dos sintomas iniciais. A febre alta retorna e outros órgãos são afetados, normalmente o fígado e os rins, causando outros sintomas, como:

  • Pele e olhos amarelados (icterícia: coloração amarelada que pode ocorrer na mucosa e/ou na pele)
  • Sangramentos
  • Fezes escuras
  • Diminuição da urina

     

icterícia
Icterícia

 

Tratamento

Não há tratamento específico para a doença, mas há cuidados específicos para tratar a desidratação, problemas do fígado e do rim, febre e dor. Aspirina (AAS) deve ser evitado, pois seu uso pode favorecer o aparecimento de sangramentos espontâneos piorando o quadro clínico.

Prevenção

A única forma de evitar a febre amarela silvestre é através da vacina, que é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano.

Já a febre amarela urbana pode também ser prevenida evitando a disseminação do Aedes aegypti, que transmite também dengue, zika e chikungunya. O Aedes prefere depositar seus ovos em água limpa e próximo a casa. Assim, é responsabilidade de todos evitar o acúmulo de água parada nas residências (veja dicas no Post sobre Dengue na parte sobre Prevenção). Também, o uso de repelente ajuda a evitar a picada do mosquito.

Vacina contra Febre Amarela

A vacina é atenuada, ou seja, contém o vírus da febre amarela enfraquecido, cultivado em ovo de galinha.

Todos que vão viajar ou moram em áreas endêmicas têm indicação de realizar a vacina.

A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde orientam que 1 dose da vacina é suficiente para conferir proteção para toda vida.

Indicações

  • Crianças maiores de 9 meses até adultos com 60 anos

Contra-Indicações

Por ser uma vacina de vírus vivo, algumas pessoas não podem recebê-la:

  • Transplantados
  • Pacientes com doença imunosusupressora, como Aids ou Imunodeficiências Primárias
  • Pessoas com doença auto-imune ou câncer que utilizam medicações que causam diminuição da imunidade (converse com seu médico antes de realizar a vacina)
  • Gestantes
  • Crianças menores de 6 meses
  • Idosos (maiores de 60 anos) devem conversar com o seu médico para avaliar riscos e benefícios

Por ser uma vacina que é cultivada em ovo de galinha, os pacientes com ALERGIA À OVO que já apresentaram anafilaxia (reação alérgica grave) devem evitá-la pelo risco de reação. Caso o risco de infecção pela Febre Amarela seja muito grande, existem opções para a realização da vacina. Converse com seu Alergista.

febreamarela2

Cuidados Antes da Vacinação

  • Não é necessário nenhum cuidado específico antes de realizar a vacina
  • Em caso de febre, recomenda-se adiar a vacinação até melhora
  • Qualquer sintoma ou reação adversa deve ser notificado na Unidade de Saúde onde foi realizado

 

Quem amamenta pode receber a vacina?

Mulheres amamentando crianças abaixo de 6 meses de idade: Se a vacinação não puder ser adiada até o bebê completar 6 meses, a mãe deve realizar, antes da vacinação, a ordenha do leite e manter congelado por 28 dias, em freezer ou congelador, para uso durante 28 dias (no mínimo 15 dias), período em que há risco de transmitir o vírus vacinal pelo leite e contaminar o bebê. Confira o post sobre Extração e Armazenamento do Leite Materno

Efeitos Adversos da Vacina:

  • Dor leve a moderada com duração de 1 a 2 dias no local da aplicação pode ocorrer em 4% das pessoas vacinadas
  • Manifestações gerais, como febre, dor de cabeça e muscular são os eventos mais frequentes e acontecem em cerca de 4% dos que são vacinados na primeira vez e menos de 2% nas segundas doses
  • Apesar de muito raros, podem acontecer eventos graves:
    • Reações alérgicas
    • Doença neurológica (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico)
    • Doença em órgãos (infecção pelo vírus vacinal causando danos semelhantes aos da doença)
    • No Brasil, entre 2007 e 2012, a ocorrência destes eventos graves foi de 0,42 caso por cem mil vacinados.
    • Na suspeita de reação grave procure um serviço de saúde

 

Vacina Fracionada: entenda

A vacina fracionada da febre amarela consiste na realização de 1/5 da dose plena. Estudos mostram que essa dose confere proteção durante um determinado período (em torno de 8 anos).

Assim, a recomendação atual é: pessoas que receberem a dose FRACIONADA da vacina devem realizar uma nova dose após 8 anos.

A dose fracionada será iniciada no final de janeiro/começo de fevereiro em alguns estados do Brasil.

Quem receberá a dose fracionada?

  • Pessoas saudáveis, sem problemas de saúde
  • Faixa etária de 2 a 60 anos de idade

 

Quem receberá a dose plena, mesmo quando a dose fracionada for iniciada?

  • Crianças de 9 meses a 2 anos
  • Pessoas com doenças crônicas que não têm contra indicação de realizar a vacina. Converse com o seu médico caso você tenha algum problema de saúde.

Fonte: Ministério da Saúde / Organização Mundial da Saúde(OMS) / Sociedade Brasileira de Imunização

 

Pronto Socorro: quando realmente devo levar meu filho?

Pronto Socorro (PS): pra que serve?

O Pronto Socorro tem o intuito de atender urgências e emergências, ou seja, doenças agudas graves ou doenças crônicas agudizadas que podem causar sequelas ou até mesmo óbito.

As principais queixas no Pronto Socorro Infantil são sintomas respiratórios e traumas (quedas, cortes). Nas crianças pequenas, os sintomas respiratórios são causados principalmente por infecções virais e/ou bacterianas.

No entanto, o que vemos atualmente nos Pronto Socorros são consultas para sintomas que não se enquadram em urgências ou emergências. Muitos pais acreditam que o atendimento será mais rápido e efetivo, porém quase sempre isso não é verdade.

Continuar lendo “Pronto Socorro: quando realmente devo levar meu filho?”

Síndrome Mão-pé-boca

O que é?

Síndrome mão-pé-boca é uma doença viral que acomete principalmente crianças pequenas (menores de 5 anos).

Ela é causada pelos vírus Cocksakie, que são da familía dos enterovírus, responsáveis principalmente por infecções intestinais (diarréia e vômitos). No entanto, podem causar também aftas orais.

Continuar lendo “Síndrome Mão-pé-boca”

Laringite Aguda

O que é?

Laringite é a inflamação da laringe, que é uma porção da via aérea localizada um pouco abaixo da garganta, e onde estão localizadas as cordas vocais.

A principal causa da inflamação aguda é infecção por vírus (conhecida também como crupe viral). Infecções por bactéria são raras, mas também podem acontecer. Crianças de 1 a 6 anos são as mais acometidas, com pico de incidência aos 18 meses. É doença rara em adultos, pois a imunidade restringe a doença ao nariz e garganta.

Continuar lendo “Laringite Aguda”