Refluxo: quando é normal e quando é doença?

Refluxo é frequente em bebês pequenos devido a imaturidade do esôfago (órgão que liga a boca ao estômago). É importante diferenciar o que é doença e o que é normal, pois nem todos os bebês com refluxo vão necessitar de tratamento com medicamentos.

 

O que é refluxo?

Refluxo gastro-esofágico é caracterizado pelo retorno do alimento do estômago para o esôfago e boca. É um fenômeno que em crianças saudáveis dura menos de 3 minutos e pode ocorrer várias vezes ao dia sem causar incômodo. Nesses casos, chamamos o Refluxo de Fisiológico, pois é um fenômeno natural do corpo humano.

Em alguns casos, o refluxo pode levar a sintomas e complicações. Nesses casos, é chamado de Doença do Refluxo Gastro-esofágico (DRGE). A DRGE é uma doença frequente em crianças, de caráter benigno e com boa evolução, mas que podem causar grande incômodo ao bebê e familiares.

 

Os principais sintomas em bebês são:

  • Vômitos ou regurgitações frequentes associado a:
    • Ganho de peso insuficiente
    • Irritabilidade
    • Choro excessivo
    • Distúrbios do sono
    • Eructações excessivas
  • Outros sintomas mais raros são: pneumonias de repetição, tosse, rouquidão

Em bebês os sintomas de refluxo aparecem nos primeiros meses de vida e melhoram em 80% dos casos por volta dos 12 a 18 meses.

Alguns bebês têm risco aumentado de ter DRGE:

  • Alteração neurológica
  • Obesidade
  • Algumas síndromes genéticas
  • Atresia esofágica
  • Doenças pulmonares crônicas
  • Prematuridade

 

Os principais sintomas em crianças são:

  • Dor em queimação no peito
  • Vômitos
  • Irritabilidade
  • Diminuição do apetite
  • Dor e dificuldade para engolir
  • Outros sintomas mais raros: pneumonias de repetição, tosse, rouquidão, erosão dos dentes

 

Quando é Refluxo Fisiológico?

Se a criança não fica incomodada (irritada, chorosa) com os vômitos e regurgitações, apresenta ganho de peso adequado e desenvolvimento normal o refluxo é fisiológico, ou seja, normal.

O Refluxo pode acontecer em bebês saudáveis pela imaturidade do esfíncter esofágico interno (EEI), cuja função é impedir o retorno do alimento do estômago para o esôfago. conforme o bebê cresce, o esfíncter amadurece e passa a desenvolver sua função de forma eficaz, diminuindo assim, a quantidade de vômitos e regurgitação.

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O Refluxo Fisiológico é caracterizado pelo retorno do conteúdo gástrico para o esôfago devido a uma imaturidade do Esfíncter esofágico inferior.

O acompanhamento com Pediatra é importante para diferenciar o que é doença do que é normal!

 

E a regurgitação? O que é?

É o retorno do alimento sem esforço e não-projetado, diferente do vômito. Ocorre diariamente em 50% dos bebês menores de 3 meses. Resolve espontaneamente aos 12 a 14 meses de vida e não causa desconforto e incômodo.

Bebês que usam fórmula infantil têm mais refluxo?

Não!

A DRGE e o refluxo fisiológico acometem igualmente bebês em fórmula infantil ou no seio materno.

 

Que medidas podem ajudar a melhorar os sintomas?

Em bebês:

  • Diminuir o volume das mamadas em bebês que usam fórmula infantil
  • Fórmulas com espessante
  • Cabeceira elevada a 30 graus e manutenção da criança ereta no período pós-mamada por aproximadamente 30 minutos

Crianças e Adolescentes:

  • Perda de peso nos casos de obesidade
  • Modificações na dieta, como chocolate, tomate, café e alimentos ricos em gordura devem ser evitados
  • Dormir com a cabeça da cama elevada e deitado para o lado esquerdo
  • Evitar consumo de álcool e tabagismo

 

Medicamentos para DRGE

Tratamento medicamentoso deve ser realizado com supervisão médica e acompanhamento e consiste de medicamentos que inibem a secreção ácida proveniente do estômago:

  1. Inibidores da bomba de próton, como omeprazol, esomeprazol, lanzoprazol
  2. Antagonistas do receptor H2, como ranitidina

 

DRGE pode ser causado por Alergia a Proteína do Leite de Vaca?

Sim!

Uma parcela dos bebês com DRGE vão ser alérgicos a proteína do leite de vaca. Nesses casos, o diagnóstico é feito através da retirada da proteína do leite de vaca da dieta do bebê e avaliação da melhora ou não dos sintomas.

A reintrodução do leite de vaca deve ser feita para confirmar a alergia: caso os sintomas retornem, está feito o diagnóstico.

Lembrando que dieta de restrição alimentar deve ser feita com acompanhamento médico! Existem fórmulas e orientações específicas para as alergias alimentares!

 

 

Fonte: 

  • Artigo de Revisão: Refluxo gastroesofágico. Rocksane C. Norton1, Francisco J. Penna. Jornal de Pediatria – Vol. 76, Supl.2, 2000
  • ESPGHAN/NASPGHAN 2009

Pé Torto Congênito

Não se sabe exatamente porque a condição ocorre, por isso se dá o nome de pé torto congênito (de nascimento) e idiopático (quando não se sabe a causa)

 

A frequência da ocorrência dessa condição é de 1 caso para cada 1000 crianças aproximadamente.

Associações Comuns

  • O pé torto congênito idiopático pode estar associado a outros problemas ortopédicos como alterações nos pés e frouxidão ligamentar (como por exemplo a displasia do quadril – defeito na formação do encaixe da cabeça do fêmur na bacia)

O diagnóstico do pé torto congênito idiopático é clínico, e pode ser feito antes mesmo do nascimento através de exames de imagem 

Diagnóstico Pré-Natal

  • O diagnóstico pré-natal do pé torto congênito é realizado através do ultassom morfológico. Nessa ocasião, os pais são informados e devem receber informações sobre a condição e as possíveis formas de tratamento.

Tratamento

  • Hoje em dia o  tratamento de escolha é o método minimamente invasivo como o método de Ponseti (uma série de moldes de gesso, seguido por uma órtese – espécie de bota ortopédica – para corrigir a deformidade congênita do pé torto, dispensando cirurgias agressivas em 95% dos casos)

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  •  Quanto mais cedo possível instituir o tratamento melhores os resultados

 

Texto: Dr. Bruno Vieira Motter (Ortopedista Traumatologista e especialista em cirurgia de Coluna Vertebral) CRM 142.047 / O Dr. Bruno atende no Centro de Ortopedia e Reabilitação (COR) – Rua Alegre, 598 – São Caetano do Sul / Telefone: (11) 4221-6744 ou 4227-5141

Fonte: Sociedade Brasileira de Ortopedia 

 

Constipação Crônica

A constipação crônica inicia em geral no primeiro ano de vida. É caracterizada por dor ao evacuar devido a fezes endurecidas, que podem ter formato de bolinhas ou terem volume muito aumentado.

 

O que é constipação crônica?

Eliminação de fezes endurecidas, em forma de cíbalos ou com rachaduras, associado a dor, dificuldade ou esforço na hora de evacuar

OU

Aumento no intervalo entre as evacuações

OU

Escape das fezes (saída de pouca quantidade amolecida) devido à retenção prolongada do cocô

 

  • Qualquer uma das situações acima constitui a situação de constipação.
  • Crônica é quando o quadro se prolonga por mais de 2 semanas.

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Bebê Chiador (Lactente Sibilante)

Bebê Chiador ou Lactente Sibilante é a criança menor de 2 anos que apresenta chiados recorrentes. Os vírus são os principais agentes etiológicos e os sintomas melhoram com o crescimento. Em alguns casos, ocorre a evolução para um quadro de asma.

Crianças pequenas podem ter de 6 a 8 infecções virais por ano e alguns desses vírus estão relacionados com chiado persistente durante a infância.
  • Adenovírus: sua infecção está relacionado a quadros graves de chiado
  • Vírus Sincicial Respiratório: é o vírus responsável pela bronquiolite na infância
  • Rinovírus: é o vírus mais prevalente

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